sábado, 6 de dezembro de 2008

Anti-Semitismo

Foto: Uma vítima do tifo, doença que foi muito estudada pelas “experiências médicas” da SS no campo de Bergen-Belsen, fonte: Yivo Institute for Jewish Research.
Oficial nazista executando prisioneiro judeu em campo de concentração na Polônia.


O 9 de novembro, marca os 70 anos da Kristallnacht, quando 7500 lojas de judeus na Alemanha foram destruídas, assim como 265 sinagogas, matando-se quase 100 judeus e levando 30.000 judeus para Campos de Concentração. Foi um pogrom usando como pretexto o assassinato de Ernest von Rath, um diplomata subalterno da Embaixada alemã de Paris, cometido por Herschel Grynszpan, um jovem judeu alemão de 17 anos, vivendo em Paris, e que se desesperou ao saber da sorte de seus pais, expulsos da Alemanha para a Polônia. Preso em Paris, declarou: “Ser judeu não é crime. Não sou cachorro. Tenho o direito de viver e o povo judeu tem o direito de existir na face da terra. Onde ando, tenho sido caçado como um animal.” 1938 já era a França do Acordo de Munique, do apaziguamento, da entrega dos Sudetos. A data é vista como o início do Holocausto. Pesquisa recente nos Diários de Gobbels acabaram esclarecendo que a ordem para a Kristallnacht partira diretamente de Hitler. Mas a desgraça começara antes. Logo após assumir o poder, democraticamente, em 31 de janeiro de 1933, Hitler determinara a sorte dos judeus. A desgraça começara imediatamente. Logo um mês depois, saía publicado, em março de 1933, no jornal “O Estado de S. Paulo“ artigo traduzido, de Paris, da autoria de Francesco Nitti, judeu, ex-Primeiro Ministro da Itália, exilado na França, fugido de Mussolini, no qual ele conta: “Em Berlim, grandes estabelecimentos comerciais são de judeus; os maiores de todos são os da Casa Tietze. Visitei as maiores lojas de Londres, de Nova Iorque e Paris, mas nada me impressionou mais do que a grandiosa organização Tietze. (...) A imprensa nazista atacou Tietze (…) e a polícia mandou invadir e saquear as lojas. (…). No dia seguinte, Goering, principal colaborador de Hitler, justificou a polícia não ter coibido o pogrom : (…) Recuso que a polícia se torne um corpo de guardas a serviço dos judeus (...)” Era o ano de 1933, não esqueçamos! Em abril de 1933 os judeus se reuniam em Paris para protestar. Saía, no antigo jornal ‘A Noite’, do Rio, artigo de Gilberto Amado, correspondente em Paris, relatando a reunião. Mas a França e a Liga das Nações nada faziam. Não se pode dizer que não se sabia...até no Brasil se tomava conhecimento. Trotsky defendeu Herschel Grynszpan, escrevendo artigo intitulado: “Em prol de Grynszpan – contra o Pogrom das Gangues Fascistas e dos Salafrários Estalinistas” “Nossa simpatia se torna mais forte porque Grynszpan não é um militante político, mas um jovem inexperiente, cujo único impulso foi o sentimento de indignação. (…) O que mais revolta nessa estupidez da polícia e inexplicável violência, é a campanha agora levada a cabo pela direção do Kremlin através da imprensa internacional estalinista: a tentativa de apresentá-lo como agente provocador, em aliança com os nazistas, criando um pretexto para os pogroms de Hitler.” Era um tempo no qual Stalin buscava um pacto de não-agressão com Hitler, consumado no ano seguinte da Kristallnacht, em 1939, o chamado Pacto Teuto-Soviético. Não basta lembrar do Holocausto. É preciso extrair as lições para que a barbárie não se espalhe. Hoje o mundo nos preocupa. O convite para Mahmoud Ahmadinejad, Presidente do Irã, visitar o Brasil é preocupante, porque Ahmadinejad declarou pretender um novo Holocausto, pois o anterior, para ele, não existiu. Explicitamente, deseja varrer Israel do mapa e lamenta que todos os judeus não estejam em Israel, pois isso facilitaria seu genocídio. E essa figura vem ao Brasil, como já esteve na Venezuela, na Bolívia e no Equador. Veja-se que se trata de um Plano conjunto para a América Latina, da Argentina ao México. Na Bolívia prometeu financiar a exploração do gás, contra o Brasil. Na Venezuela prometeu a instalação de centrais nucleares. E trouxe abertamente, até com sites na Internet, o Hizbullah, já instalado oficialmente na América Latina. Sobre a eleição de Barak Obama, como costumamos dizer, o que é bom para os Estados Unidos não significa ser bom para o Brasil ou para Israel. Barak Obama serviu para melhorar a imagem americana em todo o mundo, podendo reduzir o anti-americanismo. A imprensa iraniana declarou que Barak Obama não é diferente de Bush, muito embora Ahmadinejad tenha enviado mensagem com a esperança de mudanças... É de se esperar uma escalada do terror contra Israel para forçar o novo mandatário americano a abrir negociações secretas com o Irã. A barbárie ainda não se extinguiu. Fiquemos com olhos bem abertos. Em 1933, como em 1938, ninguém impediu Hitler de prosseguir com seus pogroms, nem as Nações Unidas de então. Quem fará parar Ahmadinejad?
Escrito por: Herman Glanz, Sobre os 70 anos Da Noite Dos CristaisPublicado no site em: 10/11/2008
Postado por Abrahão Amorim,

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